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mulherfloresPerdi as contas de quantas vezes abri o editor de texto do wordpress. O processo era sempre o mesmo: escrevia e em seguida deletava tudo. O perfeccionismo me cansou e eu cansei também de tentar me moldar. Pronto. Crua e ácida.  Voltarei aos poucos.

Tele-Visão

Daí, chega o pai à casa.
A primeira coisa que ele faz é ligar a televisão.
Os filhos estão cheios de novidades para contar de suas atividades na escolinha.

– Agora não, filho. Tô vendo televisão.
Daí, chega a hora da janta. A comida, o refrigerante, a mesa enfeitadinha. Barulhos somente dos talheres e pratos. Nenhuma conversa.
E no dia seguinte tudo volta a se repetir.

Daí, você cresce e percebe que o diálogo faz tanta falta.

A manhã começou agitada. Domingo, Rio de Janeiro, sol.
Da janela da sala ouvia-se tiros, muitos tiros. Pareciam estar ali na esquina. A vizinhança cochichava. É claro que, um curioso foi sondar de onde vinham os tiros. Sim, a polícia estava bem ali na esquina.
Aqui em casa , nos olhávamos preocupados. Ninguém ousou dizer uma palavra se quer.
O silêncio permaneceu até o vizinho do primeiro andar gritar
– Rio de Janeiro? Que nada! Vou me embora pra Pasárgada!
A risada foi coletiva.
A pequenina ria mesmo sem entender o que Pasárgada significa.

Como é mesmo o nome daquele tipo de situação em que a solução está bem ali à frente, mas por motivos desconhecidos, forças maiores não se percebe? Se é que isso tem nome.
Bem… percebi ao longo desses quase 2 anos como universitária que a licenciatura em química não é o que quero pra mim.
É um tanto complicado perceber isso quando se está, praticamente, na metade de um caminho tão difícil que é a graduação. Atualmente, os colegas de turma já falam em estágios, outros, almejam a monografia e eu, vestibular.
Pensando bem, tem tanta gente que muda de curso bem na cara do gol, digo, nos períodos finais da graduação.
Não me arrependo de todo esse tempo como uma quase professora de química. Foi ótimo, aprendi muito, tive momentos maravilhosos ao lado de pessoas fantásticas. Deixá-los é que não será fácil.
Bom… o vestibular será o menor dos problemas já que o mais difícil eu estou fazendo: recomeçar. Que venha o vestibular, então!

Refletindo. Só isso!

Semana passada peguei o ônibus lotado e ordinário de sempre. Uns jovens ao fundo discutiam sobre suas vidas (f)úteis! Falavam sobre tudo o que vinha a suas cabeças. Não satisfeitos com a variedade no assunto, faziam questão de fazer com que o tom de suas vozes alcançasse o ouvido da cobradora impaciente e do motorista desligado.
Esses jovens não sabem quem sou ou que faço e ainda assim conseguem me intimidar desse jeito! E se eu não conseguir!? E continuei pensativa durante toda a viagem. Do lado de fora do ônibus, mais jovens e a paisagem da Baixada Fluminense como plano de fundo. O sentimento ameaçador passou ao chegar à faculdade e assistir à uma ótima aula de Didática. Mais desafios. Perguntas difícieis. Algumas ainda sem respostas.
No fundo, eu gosto muito de ensinar e do brilho nos olhos da pessoa que aprende. É fascinante e não tem preço! E no começo de tudo isso, eu achava que mexer com os tubos de ensaio seria difícil. Tolinha!

Na Semana Anterior…

 Araruama foi o destino da viagem. Carnaval aqui no Rio nem pensar – dizia meu pai. A morte do menininho de 6 anos fez com que muita gente mudasse os planos para o carnaval. Meu pai foi mais um deles. A ida foi estressante, 5 horas de viagem com estrada engarrafada. Parecia que todos os moradores do Rio resolveram viajar justamente naquela quinta-feira e àquela hora.
Bom… depois da viagem agitada, os outros dias foram de puro descanso e papo cabeça. A família estava numa harmonia só. Meu pai e eu nos entendemos super bem. Não houve espaço para desintendimentos o que foi ótimo para eu perceber que se nos ouvíssimos mais não haveria tanta divergência entre nós. Tem também o fator idade, mas prefiro pular essa parte pois tenho a consciência de que não ficarei com 21 anos pra sempre. (risos)(cena de Babel)
Aproveitando o gancho, o ótimo diretor Alejandro González Iñárritu (de Amores Brutos e 21 Gramas) deixou bem claro pra mim, em seu mais recente filme – Babel, que a não comunicação entre as pessoas atravessa barreiras culturais e pode causar conseqüencias terríveis. É o tipo de filme que te faz pensar , não tem conclusões ou finais felizes. Saí do cinema mais áerea do que entrei. Acredito que o objetivo do diretor foi justamente esse: causar reflexões e revisões de conceitos. Vi na televisão que o filme recebeu 7 indicações ao Oscar. Inclusive a atriz japonesa (Rinko Kikuchi) que interpreta uma jovem surda-muda ,que na minha opinião foi a estrela do filme, recebeu indicação ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante. Uns dos melhores filmes a que assisti. Sem dúvidas! O longa cumpre seu papel no quesito “Hey, Pare Pra Pensar!”

Homo-Sapiens

“Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.”
“Toda pessoa tem o direito de tomar parte no governo de sue país, diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos.
Trecho da Declaração Universal dos Direitos Humanos

Hoje pela manhã, assisti a um ótimo filme. Um pancadão no estômago pra ser mais exata. O filme se chamava 18 de J, e mostrava diferentes versões para o atentado à Associação Mutual Israelense Argentina (Amia) em 18 de julho de 1994. 10 diretores mostram de formas distintas como aquela tragédia repercutiu na vida dos argentinos.
Quase 13 anos depois , a justiça Argentina não se pronunciou. Claro, especulações daqui e dali, mas nada efetivo. Inclusive, a Chancelaria do Brasil avisou ao Governo Argentino sobre a possibilidade de um ataque. O governo argentino nada fez e 85 pessoas pagaram o preço do descaso. O ataque foi à comunidade judaica e não resta dúvidas que a ordem partiu de algum grupo radical Palestino. Como opiniões que divergem há mais de 2000 anos podem causar tanta morte? O sangue que jorra hoje nada tem a ver com o que houve há tanto tempo.
Ainda estamos longe de conseguir mudar esse cenário selvagem. Enquanto não houver respeito, toda luta será em vão.

P.S.: Ah, vale destacar que esse fato passou meio que despercebido por aqui. Estávamos em êxtase com a conquista do tetra pela Seleção!